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A Cereja do Bolo do Venture Capital - Diferencial dos Grandes Investidores

O CDI não vai te fazer rico.


Desculpe a franqueza.


Prefiro que me julgue pelo dito do que pelo não dito.


Investidores experientes já sabem disso.


Por isso buscam alternativas para alocar uma pequena parte do seu capital em ativos com potencial de multiplicar por 2x, 3x, 10x … até 100x (ou mais) o valor investido.


Uma forma de fazer isso seria investir em ações de empresas privadas, listadas em bolsa, como a NVIDIA, por exemplo, que retornou quase 5x o capital investido nos últimos 3 anos.


Mas estamos falando de algo maior.


Imagine quem investiu em NVIDIA antes mesmo dela ter ações na bolsa.


Essa modalidade de investimento em empresas que estão na fase inicial é conhecida como Venture Capital.


Dificilmente você irá encontrar uma rentabilidade superior a essa em ativos reais.


O que é Venture Capital:


Investimento em empresas privadas, não listadas em bolsa, com alto potencial de crescimento.


Finalidade: serve para financiar empresas em estágio inicial e para investidores que buscam valorização de capital a longo prazo, com alto risco associado.


Nem tudo são flores.


Investir nessa modalidade significa estar disposto a correr riscos.


De cada 10 empresas investidas, de 5 a 6 fracassam, cerca de 3 ou 4 ficam na média e, entre 1 e 2, crescem exponencialmente.


O que leva alguém a investir em algo assim


Rendimentos (muito) acima da média:


Nos últimos 20 anos, os fundos de venture capital no Brasil apresentaram retornos médios anuais que variam entre 20% e 30%, dependendo do fundo e do período analisado.


Retornos Descorrelacionados:


O sucesso de uma startup depende muito mais de fatores como equipe, inovação do seu produto ou serviço, ganho de escala, do que de fatores político-econômicos.


Criação de Novos Mercados:


Startups em IA ou clima tech estão literalmente criando novas formas de lidarmos com questões do dia a dia. Imagine participar de algo capaz de transformar a vida das pessoas?


Quem são os investidores desse mercado


  • Pessoas físicas: investidores experientes, com habilidade para identificar empresas com potencial de crescimento exponencial. São conhecidos como investidores-anjo. Além do capital, muitas vezes investem seu tempo e conhecimento no desenvolvimento das suas investidas.


  • Family Offices: gestores de grandes fortunas em busca de diversificação do portfólio.


  • Investidores corporativos: grandes empresas possuem fundos direcionados para inovação, muitas vezes do seu próprio mercado.


  • Fundos de investimentos: mais acessíveis para o investidor pessoa física por contarem com gestão experiente e possibilitarem o acesso a investimentos limitados ao público em geral.


Como funcionam as decisões de investimentos


Investidores não estão apenas em busca de empresas que possam inovar, mas que possam inovar e crescer de forma rápida.


Para crescer rapidamente, precisam de um produto ou serviço para ser vendido para um grande mercado consumidor e que possa acessar o maior número de pessoas possível.


Para isso eles buscam:


1- Fundadores diferenciados, capazes de implementar sua visão


2- Equipe: quem coloca a mão na massa com habilidades técnicas específicas relacionadas ao negocio


3- Mercado e canais de distribuição: para quem a empresa irá vender e como chegará até essas pessoas


4- Riscos: jurídicos, mercado, concorrentes, barreira de entrada, regulatório


5- Tração: capacidade da empresa continuar entregando, sem perder qualidade


6- Saúde financeira: fluxo de caixa e retorno esperado


7- Porta de saída: como acontecerá o desinvestimento


A devolução do capital investido pode acontecer em diferentes momentos, mas basicamente acontece das seguintes formas:


Vendas para investidores estratégicos; são aqueles investidores interessados nas soluções específicas desenvolvidas pela startup.


Rodadas subsequentes de captação; novos investidores entram no negócio, dando saída para aqueles que entraram no início.


IPO (sigla em inglês para o termo Initial Public Offering): é a a abertura de capital da empresa e suas ações passam a ser negociadas na bolsa de valores. Talvez o ponto alto da investida.


Agora a prometida cereja do bolo


É possível subir um degrau na escala do investidor e obter ganhos superiores?


Sim.


A estrutura de um fundo de Venture Capital se divide basicamente em:


  • General Partners (GPs)


São os sócios com responsabilidade “ilimitada”, gestores do fundo, responsáveis por administrar o capital investido e tomar as decisões sobre as investidas.


Por esse trabalho, eles são compensados com taxas de administração e uma parte dos lucros do fundo.


  • Limited Partners (LPs)


São investidores do fundo


- Não participam das operações diárias do fundo

- Têm responsabilidade limitada ao valor investido

- Recebem retornos sobre seus investimentos com base no desempenho do fundo


Como funciona a remuneração dos General Partners (GPs):


Grande parte dos fundos da indústria apresentam 2 formas de remunerar os GPs:


1. Taxa de administração - taxa anual cobrada sobre o volume total de recursos investidos no fundo.


2. Taxa de performance - percentual sobre os ganhos gerados pelo fundo.


Imagine um fundo com R$ 1 bi sob custódia, taxa de administração de 2% ao ano e taxa de performance de 20% sobre a rentabilidade do fundo.


Receita do fundo Ano 1:


Taxa de administração: R$ 1bi x 2% = 20 milhões/ano


Taxa de Performance: vamos supor que o fundo rendeu 20% no ano 1 e tenha uma taxa de performance de 20% sobre o que rendeu.


R$1bi x 20% (rentabilidade) = 200 milhões


200 milhões x 20% (performance) = 40 milhões


Receita total ano 1 = 20 milhões (taxa adm) + 40 milhões (taxa performance)


Receita total ano 1 = 60 milhões


Lembrando que:


1. Um fundo como esse normalmente tem um prazo de 6 a 7 anos entre captação e desinvestimento;


2. Dificilmente você vai encontrar uma gestora com um único fundo.


Claro, isso é apenas um exemplo.


Mas já deu para ter uma ideia porque tem tanto Porsche circulando na Faria Lima?


A pergunta que não quer calar é:


Como você se torna sócio de um fundo como esse?


A quantidade de fundos de venture capital é pequena quando comparada aos outros fundos de investimento.


Portanto, se tornar sócio de um fundo desse não é trivial.


Existem algumas maneiras disso acontecer:


1. Primeiro a óbvia: Procure um gestor eficiente e com histórico comprovado no mercado de venture capital e convença esse profissional a trabalhar para você.

Consiga todos os registros necessários e recursos para abrir o fundo.


2. A segunda não tão óbvia: Encontre uma moeda de troca, algo que esses fundos precisem e que você possa entregar. Exemplo: distribuição.


Você pode ser o maior gênio do planeta. Nada vai adiantar se não conseguir vender a sua ideia para ninguém.


A captação de recursos é um desafio para os fundos sem histórico e/ou exposição.


Portanto, eles precisam de alguém que faça essa parte.


Normalmente esse papel fica com as plataformas de investimentos.


Mas também pode ser desempenhado por outros players.


Influencers, por exemplo.


Por que você acha que influencers de investimentos se tornam sócios de gestoras?


3) Terceira forma: normalmente quando os fundos anunciam uma nova captação de investidores, colocam o capital dos próprios sócios, a chamada “skin in the game”. Isso acontece por diferentes motivos, um deles é para dar mais credibilidade ao fundo e trazer conforto aos investidores. Afinal, o dinheiro dos sócios também está em jogo. Nesses momentos, eventualmente, os sócios abrem essa janela de oportunidade para investidores próximos participarem.


Claro, não é algo trivial, mas quem disse que seria fácil.


Conclusão: Vale a pena investir em venture capital no Brasil?


A resposta depende obviamente do seu perfil de investidor.


Se você busca retornos expressivos e está disposto a correr riscos, o venture capital pode ser uma excelente opção.


Se está começando agora, sugiro que faça por meio de fundos, ao menos até que se familiarize com a dinâmica desse tipo de investimento.


Outra coisa interessante a fazer é visitar os polos de Startups e acompanhar os discursos de captação de recursos dos fundadores.


Tive a oportunidade de visitar a Acate em Florianópolis e foi uma experiência bem bacana.


Existem outras pelo Brasil, encontre uma na sua região e faça uma visita. Recomendo.


Lembre-se: Não faça nada na loucura. O melhor investimento é aquele que te permite dormir tranquilo.


Um abraço,


Marcelo

 
 
 

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